Monday, January 16, 2006

Tuesday, January 03, 2006

Thursday, December 29, 2005

Quando você se olha no espelho

Por Raul Otuzi

Você tem que ver o mundo.
Todo ele.
Esse mesmo que nós conhecemos.
E um outro melhor, que você imaginar.
E mais uns três ou quatro diferentes,
que você mesmo cria aí na sua cabeça.

Quando você se olha no espelho
você não pode ver você
porque você é mais do que você:

Você é um mundo de possibilidades.

E se você olhar para o espelho e só ver
rosto, boca, nariz, olhos, barba, rugas, peito ou peitos
(sei lá se você é homem ou mulher,
que idade tem, qual o tamanho do seu espelho),
você vai ver muito pouco.

Não que você seja pouco.
É justamente o contrário:
Você é muito mais.
Por isso,
tem que enxergar mais.
tem que se enxergar mais.

Quando você se olha no espelho
tem que ver além do seu corpo,
tem que ver a sua alma.

Mas só isso ainda não basta.

Da próxima vez que você se olhar no espelho,
que não seja só para se arrumar,
espremer espinhas, pentear o cabelo.

Da próxima vez que você se olhar no espelho,
que seja com os olhos atentos e o coração cheio
de orgulho e esperança,
que assim seja e que então você veja:
Asas.
Aplausos.
Festa.
Fé.
Música.
Milagre.
Mágica.

Que você veja:
Tudo o que você puder,
Tudo o que você quiser.
Um ano duca para você.

Tuesday, December 06, 2005

O melhor anúncio da Revista Veja

Por Henrique Tucci

O melhor é aquqlekeodnçdmlçdmaldsnlsdfqn~çfq
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Monday, December 05, 2005

Friday, December 02, 2005

Wednesday, November 16, 2005

Sangue Negro

Um pouco antes de começar o ensaio, o Pereira foi enfático:
- A gente devia ir lá, sim. Amigo é pra essas coisas.
O Silva foi evasivo:
- Sei não. Vamos falar o quê?
O Araújo deu uma força pro Pereira:
- Falar eu não sei. Mas só nossa presença vai fazer bem pra ele.
O Machado discordou:
- Tem que ser muito cínico pra falar uma coisa dessas.
O Bila perguntou pro Mané:
- O que que `cê acha?
O Mané respondeu:
- Acho que o Silva tá certo. Dizer o quê? Vai ser pior.
O Pereira não abria mão:
- A gente precisa dar uma força pra ele sim, pôxa. Animar o cara. Que tipo de amigo a gente é?
O grupo todo respondeu:
- Umas drogas!

E começaram a tocar. Precisavam estar afinados. Tinham vários shows marcados pelo bairro. Afinal, o Sangue Negro, era assim que se chamava o grupo de pagode, estava começando a ficar famoso.
Mas naquele dia, ninguém estava muito inspirado. Depois do samba: “Eu sei que não sou digno”, de autoria do Mestre Cuíca, decidiram parar e ir beber no bar mais próximo. O Pereira ainda tentou insistir, queria porque queria ir visitar o amigo, mas foi voto vencido. Então ficou assim, ninguém foi visitar o Alemão, o açougueiro albino, fã ardoroso do conjunto e que era pai pela primeira vez. A mãe era a Branca, uma norueguesa que mal falava a nossa língua. E o filho: preto. Como não podia ser.
O Bila ainda perguntou pro Mané:
- O que que `cê acha?
O Mané foi sincero:
– Falar o quê, Mano? Falar o quê? Acho que o Pereira quer ir lá pra ver se o menino se parece com ele. Acho que é isso. Mas eu acho que o filho é meu. – É meu! É meu! – O Bila teve a impressão de ter ouvido todos gritarem.